quinta-feira, 29 de novembro de 2012




“No entanto, o que a mim parece lógico não passa de um pântano para grande parcela da sociedade, principalmente para os católicos praticantes. Entendo e respeito o incômodo que sentem com a situação, que é contrária às diretrizes do Senhor, mas na minha santa inocência, ainda acredito que religião deveria servir apenas para promover a paz de espírito e o amor. Se for para promover a culpa e decretar que quem é diferente deve arder no fogo do inferno, então que conforto é esse que a religião promete? Não quero a vida eterna ao custo de subjugar quem nunca me fez mal. Prefiro vida com prazo delimitado, porém vivida em harmonia. Sei que sou uma desastrada em tocar num assunto que deixa meio mundo alterado. Daqui a cinco minutos minha caixa de e-mails estará lotada de ataques. Mas me concedam o direito ao idealismo que estou tentando transmitir com a maior doçura possível: não há nada que faça com que a homossexualidade desapareça como num passe de mágica. Ela é inerente a diversos seres humano e um dia será aceita sem tanto conflito. Só por cima do seu cadáver? Será por cima do cadáver de todos nós, tenha certeza. Claro que ninguém precisa ser conveniente com o que lhe choca, mas é mais produtivo batalhar pela erradicação do que torna a nossa vida ruim, do que se sentir ameaçado por um preconceito que é algo tão abstrato. Pode rir, mas acho que acredito mais em Deus do que muito cristão.”
— Martha Medeiros. 

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